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Lei 13.103: o que é interstício e como evitar passivos trabalhistas

29/10/2025

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Lei 13.103: o que é interstício e como evitar passivos trabalhistas
Saiba como controlar o interstício da jornada fracionada segundo a Lei 13.103, evitar multas e passivos trabalhistas que tiram o sono dos gestores.
Se você atua com fretamento, turismo, transporte urbano ou de cargas, sabe que a produtividade deve andar junto com segurança e conformidade. A Lei 13.103 define regras claras para o descanso dos motoristas profissionais. O ponto mais sensível na escala de trabalho do motorista é o chamado interstício, o intervalo obrigatório entre jornadas.

Errar aqui gera riscos reais: multas, retenção do veículo em fiscalização, ações trabalhistas e maiores chances de acidentes por fadiga. 

Então, quer reduzir custos, cortar autuações e estabilizar a operação? Comece pelo interstício, é aqui que sua gestão de jornada ganha força.

O que é o interstício na Lei 13.103?
Interstício é o intervalo mínimo de descanso entre jornadas do motorista profissional, previsto na Lei 13.103. A base é clara: 11 horas de descanso entre uma jornada e outra. 

Até dezembro de 2022, era possível fracionar esse descanso, por exemplo, em um período de 8 horas seguidas e até 3 horas complementares dentro das 16 horas seguintes.

No entanto, por decisão recente do Supremo Tribunal Federal (ADI 5322, 2018), o intervalo de descanso obrigatório passou a ser de 11 horas contínuas, sem fracionamento.

Esse descanso deve ser respeitado rigorosamente para garantir a saúde e segurança do motorista, bem como a conformidade legal da empresa.

Interstício x intervalo intrajornada

O interstício é descanso entre o término de uma jornada e o início da próxima, devendo ser de no mínimo 11 horas ininterruptas.

Já o intervalo intrajornada é a pausa feita durante a jornada de trabalho — como almoço, descanso operacional ou pausas obrigatórias para alimentação e repouso. Essas pausas não substituem o interstício e são obrigatórias dentro da jornada para evitar fadiga excessiva.

Principais erros que geram autuações
  • Tentar fracionar o interstício, o que atualmente não é permitido pela interpretação do STF.
  • Iniciar atividades como checklist, deslocamentos para garagem ou preparações antes do cumprimento integral do descanso de 11 horas.
  • Considerar o tempo de espera ou cochilos curtos como parte do descanso legal.
  • Não registrar o cumprimento do interstício com sistemas confiáveis, dificultando a defesa em processos.

Impactos financeiros e operacionais
O descumprimento do interstício acarreta sérios impactos financeiros e operacionais, tais como:
  • Multas administrativas, que variam conforme gravidade e reincidência.
  • Retenção de veículo pela fiscalização, causando atrasos e prejuízos operacionais.
  • Ações trabalhistas que incluem pagamento retroativo de horas extras e adicional noturno, com passivos financeiros que podem atingir valores elevados.
  • Aumento de acidentes por fadiga e seus custos diretos e indiretos.
  • Danos à imagem que podem levar à perda de contratos, além do risco de sanções regulatórias.

Como controlar o interstício e evitar riscos

O caminho é claro: regras bem definidas, automação com alertas, equipe treinada e dados integrados. Foque em registros válidos para auditorias e processos. Comece simples, escale rápido.

1. Use sistemas eletrônicos confiáveis

Use ponto eletrônico e aplicativos de jornada integrados à telemetria. Isso reduz erro humano e fraudes. Recursos importantes:
  • Marcações por geoposição, início e fim de jornada e pausas.
  • Bloqueio de escala se o interstício não estiver completo.
  • Dashboards com trilha de auditoria e relatórios exportáveis.
  • Alertas de risco de violação com antecedência.

Valide o enquadramento jurídico do sistema e a política de privacidade. Regra clara, dado confiável.

2. Planejamento rigoroso de escalas
  • Configure escalas que respeitem o descanso integral de 11 horas.
  • Mantenha banco de motoristas reserva para cobrir imprevistos.
  • Simule cenários para horários críticos e picos de operação.

3. Capacitação e comunicação
  • Treine motoristas e gestores sobre as regras atuais.
  • Use cartilhas e políticas internas claras.
  • Colete assinaturas de ciência para defesa jurídica.

4. Documente tudo
  • Registre ponto, telemetria, escalas e relatórios.
  • Organize dados para facilitar auditorias e defesas em processos.

Exemplo prático
Se um motorista finaliza a jornada às 20h, ele só poderá iniciar nova jornada após cumprir 11 horas ininterruptas, ou seja, às 7h do dia seguinte. Qualquer retorno antes desse horário configura descumprimento legal.

Plano de ação em 30 dias
Semana 1 Semana 2 Semana 3 Semana 4
Mapear jornadas, validar acordos coletivos e configurar regras no sistema. Ajustar escalas, criar banco de reservas, simular linhas críticas. Treinar motoristas e líderes, publicar políticas e cartilhas, colher assinaturas. Rodar piloto com auditoria diária, corrigir desvios e fechar relatório executivo com resultados e próximos passos.

 

Conclusão

Gerenciar o interstício na jornada fracionada é pilar de segurança, conformidade e eficiência. Com a Lei 13.103 como base, você reduz multas e passivo trabalhista quando combina tecnologia, escala bem desenhada, capacitação e dados integrados. Aplique o checklist, rode o plano de 30 dias, acompanhe KPIs e mantenha registros sólidos. Comece agora, configure a regra das 11 horas no seu sistema e ative alertas de risco antes que a violação aconteça. Seu time dirige melhor, sua operação fica mais estável e o caixa agradece. 

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